ABSTRACT
Utilizando como cenário o personagem Agilulfo da obra: O cavaleiro inexistente de Italo Calvino, este trabalho propõe uma reflexão acerca da relação do sujeito psicótico com a temporalidade, focalizando a questão da permanência e da mudança, e da espacialidade abordada a partir da vivência corporal e do espaço exterior. Agilulfo, nada mais do que uma armadura vazia, que tinha nos regulamentos da cavalaria a prótese de sua existência e, num mito de origem revelado falso, sua razão de existir, metaforiza a vivência psicótica da desrealização, da descorporificação, das necessidades paradoxais da permanência e da errância. A autora sugere que Agilulfo poderia representar o que Freud descreveu como primeiro momento da psicose.
Subject(s)
Psychotic Disorders , TimeABSTRACT
O objetivo deste trabalho é compartilhar com os colegas fonoaudiológicos que atendem pacientes autistas, questöes e hipóteses de trabalho que emergiram da experiência de dois anos e nove meses de atendimento de uma menina autista, que iniciou quando ela estava com 4 anos de idade. Considerando uma compreensäo teórica sobre o autismo e uma noçäo sobre uma relaçäo transferencial possível na terapia de crianças autistas, busquei demonstrar com exemplos retirados de sessöes terapêuticas, uma forma de trabalho que consistiu em expressar minhas idéias para a paciente através de objetos intermediários que chamei de objetos intérpretes. Pretendi destacar, particularmente, os momentos do processo terapêutico nos quais, graças aos usos destes objetos e na vigência de uma relaçäo onde predominava a ilusäo fusional, conseguimos um contato näo autístico